Resumo: A greve sempre foi uma boa opção para destruir coisas. Os ludistas faziam greves para destruir as máquinas, os socialistas faziam greves para destruir o sistema capitalista e suas mazelas, os anarquistas faziam greves para destruir o Estado e os professores fazem greves para destruir a educação pública.Há um complô, um conluio, uma espécie de conspiração espúria para a liquidação total da universidade pública brasileira. O Governo quer o fim da universidade pública. A oposição quer o fim da universidade pública. A universidade particular quer o fim da universidade pública. Os professores da universidade pública querem o fim da universidade pública. Todos querem seu fim. Todos querem ver seu cadáver. E, pelo que tudo indica, os inimigos da universidade estão bem próximos de realizar seu sonho.
Há um esforço fenomenal por parte de alguns professores para a derrocada completa da universidade pública brasileira. Eles fazem de tudo para enterrá-la de vez. É fácil. Seu principal método é simplesmente não cumprir seus deveres como docentes. É desse modo que num estralar de dedos se acaba com uma instituição.
O professor não vai às aulas? Vibram, os inimigos da universidade. O professor não leciona corretamente sua disciplina? Eles soltam foguetes, pulam de alegria. O quê? Os professores vão entrar em greve? Agora sim. Os inimigos da universidade entram em estado êxtase.
A greve sempre foi uma boa opção para destruir coisas. Os ludistas faziam greves para destruir as máquinas, os socialistas faziam greves para destruir o sistema capitalista e suas mazelas, os anarquistas faziam greves para destruir o Estado e os professores fazem greves para destruir a educação pública.
“Você é louco! Eles fazem greves é para reivindicar melhores salários” dirão os idiotas da objetividade. Os professores da universidade ganham mais que 60% da população brasileira. Todos querem melhores salários, mas só quem anda fazendo greve por aí são os excelentíssimos docentes.
Tudo é uma greve. Toda hora, uma greve. Temos greve a cada dois anos. Greve, greve, greve. Eles não se cansam de fazer greve. E pra quê? Os proletários do século XVIII, que elaboraram o método que nossos professores usam até hoje, no século XXI – a greve – sentiriam inveja do número de paralisações que eles fazem.
Há mais de dois séculos os operários criaram a greve, e os professores usam o mesmo método que o proletário analfabeto usava há séculos atrás. Pelo menos eram mais sensatos que nossos professores. Faziam a greve para prejudicar o patrão. Prejudicavam o grande capitalista para afetar o sistema. E nossos professores, prejudicam quem? Afetam quem? O Governo? Até agora, nunca vi greve de professores derrubar nenhum governo. Já sei! Eles fazem greve para prejudicar eles mesmos. Ledo equívoco. Continuam recebendo seus salários mesmo estando em greve, normalmente partem em férias durante ela.
Então eles entram em greve para prejudicar quem? Resposta: Eles entram em greve para prejudicar os estudantes e acabar com o ensino. É óbvio. Talvez destruindo a educação de uma geração também destruam nossa sociedade.
O que ninguém percebeu, ou percebeu e preferiu não contar, é que os estudantes, os únicos prejudicados pelas sucessivas paralisações, são a também única coisa que faz com que a universidade pública no Brasil seja um pouco melhor que a universidade particular. E que quando os bons estudantes e a classe média que compõe a universidade pública preferir a particular, o que vai sobrar? Resposta: Nada.
Quando perceberem que a melhor coisa que a universidade pública tem são seus estudantes e nada mais, e esses estudantes preferirem ir para universidade particular, os inimigos a universidade pública vão finalmente celebrar seu fim. Porque nela só vai sobrar prédios imundos, livros depredados, burocracia, lentidão, estudantes desestimulados, professores mal pagos e as greves, as malditas greves, greves, greves e mais greves. Daí dirão os inimigos: “viva o fim da universidade pública brasileira! Viva a nós! Viva os professores!”.
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