domingo, 13 de abril de 2008
A força estudantil - 2
Depois da saída do reitor da UnB, Timothy Mulholland, o vice-reitor, Edgar Mamiya, que tinha assumido semana passada o cargo de Mulholland, pede pra sair. "Ele saiu porque ficou insustentável a permanência dele. Agora ficou mais fácil negociar com o governo, mas a desocupação terá de ser discutida com os alunos", disse Fábio Félix, um dos coordenadores do DCE da UnB. Segundo ele, Mamiya seria ligado ao grupo de Mulholland (leia a reportagem da Folha aqui).
Se você dá a mão, eles querem logo o braço. Agora que parte de suas reivindicações foram atendidas, os invasores pretendem conseguir a tão sonhada paridade na escolha de reitores. “Queremos que os alunos tenham participação paritária em todos os conselhos da universidade. Hoje, a participação dos estudantes vale menos que a dos professores”, disse Karla Gamba (alguns sites escrevem Carla Gamba), coordenadora do DCE e estudante de Teatro da UnB.
Não sei onde eles acharam esse direito de participação “paritária”. Certamente na lata de lixo. Junto com a palavra “paritária”.
Essa é uma velha reivindicação da esquerda universitária. Nas últimas eleições para reitor da UFMA, me lembro de ver um rapazinho do PSTU com um microfone na mão berrando no ouvido dos que passavam sobre a injustiça que é, segundo ele e seu partido, os alunos e servidores administrativos terem apenas 15% de peso cada um, enquanto os professores têm 70% de peso na contagem dos votos.
Muito conveniente. Os alunos são numericamente bem superiores aos professores e servidores administrativos. Se todos tivessem o mesmo peso na escolha do reitor e do vice-reitor, seriam os estudantes que acabariam decidindo as eleições. Dessa forma, sua importância política aumentaria exorbitantemente, seu poder de barganha também. Estudantes ligados a partidos, a frente de CAs e DAs ou de entidades para-estudantis, como era o rapazinho do microfone, certamente teriam uma influência enorme na política universitária. Os efeitos disso seriam certamente desastrosos.
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4 comentários:
acredito que a participação paritária seja importante. assim, os votos dos professores valeriam 30%, dos servidores 30% e dos estudantes 30% (sei q somando isso nao da 100%, mas é por ai). o argumento de que se o voto fosse paritário, os estudantes ligados a partidos teriam mais influencia sobre as decisoes politicas da universidade e mais poder de barganha não convence que a participacao paritaria não seja importante para a universidade. afinal de contas, os professores tambem nao sao partidarios? eles tambem nao têm opinioes desastrosas? o voto não paritário favorece apenas os professores, tanto os que trabalham, quanto os que nao trabalham. se quiser tentar divergir da opiniao de quem é a favor da participacao paritária, é melhor arrumar outro argumento que seja melhor que "Estudantes ligados a partidos, a frente de CAs e DAs ou de entidades para-estudantis, como era o rapazinho do microfone, certamente teriam uma influência enorme na política universitária".
Só uma correção matematica... Caso uma eleição for paritária, os estudantes terão 1/3 dos votos, assim como os professores e tecnicos(cada um com 1/3). Isso não é como se fosse um peso em que simplesmente multiplica a quantidade de votos, como pareceu no final to texto, já que afirma que como os estudantes são em maior numero...
Significa que se todos os alunos votassem no mesmo candidato eles teriam apenas 33,33333%(1/3) do total de votos, sendo impossivel só os alunos definirem uma eleição
Obrigado pela correção, Anderson. E perdão pelo erro. Ele realmente enfraquece meu argumento, mas não o anula totalmente. A reinvidicação do voto equivalente pressupõe que os estudantes tenham o mesmo peso que os professores não só na escolha do reitor e do vice como também em todos os conselhos da universidade. No administrativo, no de ensino e pesquisa etc. O que aumenta consideralvemente o poder dos estudantes e servidores administrativos dentro da universidade. Esse detalhe foi omitido do texto porque me prolongaria muito se o incluisse.
Se a votação para reitor da UFMA fosse equivalente, o resultado seria outro. A modificação do sistema de eleições aumentaria sim o poder dos estudantes e funcionários, isso é inegável.
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