Com alguma sorte, estaremos livres de Lula em:

domingo, 4 de maio de 2008

Debate Sobre Cotas Racias

Debatedores:
- Demétrio Magnoli
- Marcelo Paixão

Excelente vídeo. Não é todo dia que se vê um embrulhão pró-cotas ser humilhado em cadeia nacional.

Segue ao vídeo o meu comentário.



Uma seríssima imparidade me impede de ter um debate sobre cotas racias: não consigo olhar para face do adversário e aceitar com serenidade que ele crê no que está dizendo, ou que, sendo capaz de crer no que está dizendo, trata-se de uma pessoa normal e passível de ser convencida do contrário. As primeiras três frases proferidas por Nelson Inocêncio nesse vídeo resumem a insanidade que me agonia. É a seguinte: embarcando sujeitos sob um conceito inexistente, cria-se uma discriminação sacramentada pelo estado, com o dito intuito de chegar a uma isonomia "racial" na sociedade. Como esse conceito é inexistente desde que caiu do pedestal da biologia, estando agora sob o julgo mutável de "intelequituais" iluminados pelas ciências sociais, temos aí uma situação completamente instável.

Já era possível parar por aqui, mas o mais interessante está além. É que o que aí se entende por sociedade não é o conjunto de indivíduos em convívio, mas um ente supremo. Um ente que tornou-se consciente através do ajuntamento de entes menores - grupos sociais/racias/de sexo - estes também conscientes através do agrupamento das consciências individuais que os compõem.¹

Marcelo Paixão e a quase totalidade dos sujeitos que defendem esse tipo de política que solapa o estado de direito através da concessão de direitos a grupos de indivíduos, crêem piamente que esses entes existem. Acreditam também que, mesmo não tendo esses entes uma forma física através da qual manifestar suas vontades, sabem exatamente o que esses entes desejam. Mais ainda, crêem, no seu delírio messiânico, que esses entes os incumbiram da missão de espalhar sua palavra.

"Negros do Brasil". Como a maioria das pessoas deixa passar despercebida a incoerência com o fato de que a esse grupo não possa realmente haver qualquer representação válida, ninguém que - com sanidade ou honestidade - possa dizer que suas palavras são as vontades individuais de TODOS os negros concretos, os pilantras que aparecem brandindo seu poder se encontram imediatamente imbuídos de uma força sobrenatural.

Se Marcelo Paixão ou outros pró-cotas fazem isso conscientemente, eu não sei. Mas uma coisa eu posso dizer: cada vez que um Marcelo Paixão, ou qualquer outro pró-cotas, se refere ao plural majestático "Negros", não está falando de indivíduos, mas de uma espécie de entidade superior que apenas recebe o mesmo nome devido a causa difusa que a origina. E, com o perdão da expressão, só se manifesta mesmo na cabecinha desses lunáticos.

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1. E vejam só que coincidência bacana!, tanto os entes menores quanto esse ente supremo pensam igualzinho a esquerda!

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