As campanhas municipais começaram. E com elas, a poluição visual e sonora em São Luis. Carros de som percorrem toda a cidade e fotos dos candidatos são espalhados em cartazes. Você não sabe o quanto foi desagradável realizar minha caminhada dominical pela Avenida Litorânea ao som das músicas de campanha de Clodomir Paz. Eram dezenas de carros de som. Dezenas, não. Centenas. Milhares. Vinham um atrás do outro. A música não parava nunca. Confesso que em meio aquela lavagem cerebral quase cogitei em votar nele.
Bebendo uma água-de-côco para descansar, já de saco cheio daquilo, subo a ladeira a caminho de casa, quando, de repente, vejo quatro ônibus "Clodomir 12", cheios de vermelhinhos.
Multidão descia em direção à praia. Uns reclamavam do sol que teriam que pegar. Outros discutiam o que fariam após o "expediente". Alguns dos uniformizados vestiam uma camisa vermelha, com gola amarela, estampando o número 12 e portando bandeiras vermelhas com o número do partido. Outros vestiam uma camisa vermelha onde tinha escrito: "Todo poder aos núcleos de base".
Os ônibus estavam estacionados no alto da ladeira e a multidão descia a pé. Umas cem pessoas. Nenhum dos ônibus vinha lotado. Enquanto eles desciam, passavam, ao mesmo tempo, três carros-de-som de João Castelo tocando as músicas de campanha, que são ainda piores que as de Clodomir Paz. Os vermelhinhos vaiaram. E com razão. O motorista do carro-de-som, demonstrando todo o seu fair play, desligou a música.
Não sei até onde ações como essa refletem positivamente na candidatura de alguém. Com certeza fixam a imagem do candidato, mas não decidem votos. Votos são decididos por uma série de fatores, que incluem: simpatia pelo candidato, avaliação das propostas, clima político, apoios e vantagens pessoais. Pelo menos os eleitores ficam por horas com a música na cabeça. Mas se eu fosse votar pelas canções, não votaria.
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