Alex, sabiamente, fingia-se convencido por Sommo a entregar-lhe o dinheiro. E assim o fazia. Ao mesmo tempo, permanecia em suas análises acerca do fanatismo religioso, ressaltando os motivos psicológicos e sociais que levam um indivíduo a crer-se detentor de toda a verdade universal e profeta de imensurável valor.
Aproveito a deixa de Amós Oz para expandir a crítica à fé incontestável no divino para o fervor em proporções tão colossais que torna-se inquestionável e inabalável. Sem perceber o quanto, por diversas vezes, pode-se entregar-se a uma adoração (sim, este é o termo adequado) a um ideal que os identifica, convence, embasa em contraposição às outras teorias e, por fim, encanta.
É simples. Acredita-se tão piamente naquilo que se toma por verdadeiro e fecha-se os olhos para qualquer outro recorte da realidade, que isto acaba sendo tomado como verdade independentemente do destinatário da pregação. Por se tratar de uma alienação disfarçada de informação, quem age dessa forma não crê que esteja menos a par do mundo que seus contestadores e passa a tratá-los como membros de um conjunto em que predominam mentalidades radicais e irracionais e esquecem-se de si.
O fato é que não há tolerância ideológica para essas pessoas. Ou se adere ao seu modo de pensar, ou se é um lunático que não deve ser levado em conta. Percebo que esses indivíduos (crentes e veneradores de sua própria sabedoria) estão cada vez mais aquém do que acreditam estar.
domingo, 21 de outubro de 2007
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