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sábado, 10 de novembro de 2007

Pobres roteiristas sob o jugo da mais-valia


Tal como o insatisfeito proletariado do século XIX, os roteiristas norte-americanos decidiram parar de trabalhar para exigir “melhores condições de trabalho”. Uma de suas reivindicações é o recebimento de participação nas vendas de séries, filmes e demais conteúdos exibidos e vendidos por meio de novas mídias, como internet e celulares, além de maiores participações nos lucros obtidos com a venda de DVDs.

A greve já dura seis dias. Começou segunda-feira, quando 12 mil roteiristas associados a Writers Guild of America, sindicato da classe, suspenderam suas atividades. A paralisação já compromete a produção de várias séries, talk shows, e outros, o que prejudica vários estúdios e emissoras. Algumas já passaram a exibir reprises de programas, como a NBC com o The Tonight Show, um dos programas humorísticos de maior audiência dos EUA. Com isso anunciantes oferecem menos pelos serviços oferecidos pelas emissoras, o que faz com que elas percam milhões de dólares. Na última paralisação da classe, de quatro meses, que ocorreu em 1988, os prejuízos foram de 500 milhões de dólares, como costuma a veicular a imprensa burguesa, divulgando o dano que a greve pode causar no “Grande Capital”.

Apesar de serem uma classe bem unida, e de ainda contarem com o apoio de políticos (democratas) e atores (democratas) famosos, a greve sofre com muitas contradições, como quase tudo no sistema capitalista. A categoria é muito heterogênea do ponto vista financeiro: alguns roteiristas são também produtores, ou seja, exploram e são explorados por si mesmos; e seus salários variam de 5 milhões a 50 mil ao ano, o que demonstra também a desigualdade social entre eles.

Mas com salários como esses, eles ainda exigem mais. Claro! Tudo culpa da mais-valia, que, como Marx já dizia, faz com que o que eles produzam seja muito maior do que o salário que eles de fato recebem. São pobres coitados, explorados por um sistema cruel e desumano que deve ser superado.

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