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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Palin Goes On


Como previu Olavo de Carvalho em seu programa de rádio, Sarah Palin será a vice presidente de McCain. Não perdeu, claro, a oportunidade de zombar no último programa: "esses outros comentaristas políticos do Brasil nunca tinham ouvido falar de Sarah Palin". Ele tem razão. Mas o melhor é que, finalmente, desfez-se a amarga impressão que eu tinha quando casualmente assistia algum jornal à noite: a de que, quem quer que acompanhasse as eleições americanas apenas através da mídia tupiniquim, teria a impressão de que Obama fazia campanha presidencial contra ninguém, ou melhor, contra um suposto sentimento personificado. Como se Obama apenas precisasse "vencer o preconceito americano". Mas enfim a mídia brasileira descobriu Sarah Palin, descobriu que será vice de um tal McCain.

Mal descobriram a fotogênica moça, que mesmo aos 44 anos merece o predicado de moça, e já começou a enxurrada de bobagens e meias verdades, repercutidas no Brasil diretamente da grande mídia americana. Um jornal ontem a noite anunciava que a campanha de McCain tentará convencer os eleitores que mesmo Sara Palin tem mais experiência política que Obama. Ora, convencer? Assim, como se a campanha fosse usar meramente a retórica? Custava aos grandes jornalistas que fizeram a matéria, evitando essa abordagem oblíqua de "fulano disse que disse", recorrer aos fatos e mostrar a carreira política de Palin e Obama? Se o problema era o tempo, que tal dizer em uma curta frase: "Palin tem 16 anos de carreira política, Obama tem 3".

Dando sequência a pataquada, a matéria propaga o que a imprensa americana e o partido democrata desejou ingenuamente que fosse um escândalo no sentido puro da palavra, a gravidez da filha de 17 anos de Sarah Palin. Não sei como o público brasileiro recebe essa história da gravidez da filha de Palin, mas isso não importa neste texto, e importa menos ainda para as eleições presidenciais americanas. Passemos para a análise da repercussão da história nos EUA.

Hugh Hewitt (famoso comentarista político americano) afirmou na segunda-feira, em seu programa de rádio diário, que as "denúncias" sobre o caso partiram inicialmente de um site linkado ao site oficial da candidatura do Obama. Tentei confirmar a informação, mas ela já está tão difundida pela internet que me parece impossível saber agora de onde surgiu. Mas o que nos importa aqui é que, sendo ou não a divulgação da gravidez da filha de Palin fruto da campanha de Obama, ela está saindo como um belo de um tiro de canhão no pé democrata. Sim, parece ser ruim para a imagem de um político conservador o fato de sua filha menor de idade estar grávida, mas os resultados estão ao avesso do esperado. Desde que a história vazou só o que ouvi nos programas de rádio americanos são ouvintes conservadores dizendo-se maravilhados com o fato de que filha de Palin vai se casar com o namorado. Sempre comentam o exemplo de educação e responsabilidade que está sendo dado aos jovens dos EUA. Mais importante ainda: comentam como pela segunda vez Palin prova, com exemplo de vida, o quanto é pro-life.

Mas o mais interessante nessa história é como os efeitos da gravidez da filha de Palin foram inversos aos esperados pelos "liberals". Na visão caricatural do esquerdista americano (e brasileiro), a notícia provocou um escândalo contra Palin, um xilique das mães e pais de família americanos, que agora declaram com horror como a vice de McCain é hipócrita por dizer-se conservadora e a favor do sexo apenas após o casamento. Mas nota-se com clareza que este pensamento pertence majoritariamente aos "looney liberals" e seu ódio costumeiro. Quando sairem do frenesi espumante, e cessarem o efeito de seus múltiplos orgasmos sombrios, vão olhar em volta e notar que os conservadores americanos demonstraram-se compreensivos com as circunstâncias da vida, pois compreendem as dificuldade que enfrentam os pais hodiernos.

O quase uníssono da convenção Republicana em favor de Palin era bonito de se ver. A popularidade da moça cresce vertiginosamente, e deve alcançar seu pico em dezembro, quando a mídia explorar o nascimento de sua netinha.

A filha de Palin engravidou aos 17. Ato irresponsável. Mas tanto ela quanto seu namorado assumiram o erro, maduramente assumiram o filho e o casamento. A lição que fica é que os conservadores podem ser rígidos moralmente, podem condenar vividamente o "vitium", mas acima de tudo admiram aqueles capazes de assumirem a responsabilidade que lhes cabe.

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