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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Head of State

Há seis meses ninguém previa a chegada de um negro a Casa Branca. Errado. Cris Rock já sabia de tudo. Há muito tempo. Em 2003, o comediante escreveu, dirigiu e protagonizou o filme Um Pobretão na Casa Branca (Head of State), que conta uma história muito parecida com a que se sucedeu nesses últimos meses nos EUA.

No filme, um carismático vereador de Washington, Mays Gilliam, sem nenhuma chance evidente de ganhar uma corrida presidencial, é escolhido como candidato à presindência, como estratégia do partido para atrair o voto das minorias, e dar, nas próximas eleições de 2008, a vitória para um figurão do partido, o senador Bill Arnot. Porém, ao contrário das expectativas do senador, o pobre vereador ganha uma popularidade nunca antes vista e é eleito presidente dos Estados Unidos da América.

Tudo muito parecido. De um lado, um fenômeno eleitoral. De outro, velhos figurões do partido democrata, no caso, os Clinton, numa torcida mesquinha para seu fracasso, na esperança de uma vitória futura, em 2012.

Contudo, há muito mais diferenças do que semelhanças entre o personagem de Cris Rock e o senador Barack Obama. Mays Gilliam era pobre e sem educação. Nunca teve oportunidade nenhuma na vida e sempre falava com sinceridade o que realmente pensava sobre os temas nos debates. Obama nasceu em uma boa família, teve sempre a melhor educação, é formado em Direito em Havard e nunca fala o que pensa, muda de discurso de acordo com a platéia.

Mays Gilliam tinha orgulho de ser um negro americano e defendia sua raça caricaturalmente. Obama, por sua vez, não pertence a essa ela. Não é um autêntico afro-americano. Sempre fugiu do assunto da raça, mas teve, durante toda a campanha, ela como salvaguarda para todas as acusações. Seus detratores eram automaticamente acusados de racismo, no exato momento em que levantassem o dedo contra ele.

Mas isso não interessa mais, a maior e mais importante diferença entre eles é: Mays Gilliam era engraçado, Obama não tem graça nenhuma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como é lindo ver a inútil vontade de chocar e de desmerecer a inteligência alheia. Essa balbúrdia silenciosa é realmente "fofa".