Se tem uma coisa que me deixa irritado no trânsito é a buzina. Aquele barulho infernal foi cientificamente produzido para irritar as pessoas. E, na mão de sádicos, ela vira uma arma de destruição de paciência.
Ontem aconteceu a segunda etapa do vestibular da UEMA. Um primo meu, que ia fazer a prova no Campus, me pediu que eu lhe desse uma carona, e eu fui lá dar essa força para ele. Deixei-o no prédio de Engenharia, onde ia fazer a prova, fiquei um tempinho conversando com uns amigos que encontrei lá, desejei-os boa sorte e parti. Na volta, parei num sinal nas proximidades da rodoviária. Fiquei meio distraído com a música. O sinal abriu e eu demorei uns três segundos para acelerar o carro. Três segundos. Tempo necessário paro o cérebro do que do idiota do carro de trás emitir a seguinte mensagem para seus músculos: buzine. O energúmeno buzinou.
Quando fico irritado no trânsito, eu faço exatamente aquilo que se pede para não fazer. Eu corro. Cheguei ao limite de velocidade rapidamente. Cortava os carros um por um, quando vi uma viatura da polícia militar na minha frente, o que me alertou que não podia mais aumentar a velocidade.
Passei um tempo atrás do carro da polícia, até que um dos sinais do caminho fechou. Foi quando parei do lado da viatura. Uma S-10. Tinha dois homens à paisana. Percebi que não estavam trabalhando, mas mesmo assim continuei atrás do carro. Foi quando, já proximo do elevado Alcione Nazaré, o sinal fechou. E antes dos carros parados no retorno começarem a passar, a viatura da Polícia Cidadã fura o sinal e quase bate numa vã, que tinha a preferência.
Quando se fala em corrupção policial, trata-se logo de se referir aos baixos salários, às péssimas condições, os conflitos sociais etc. como causadores. A falta de pudor tem motivos sociais. Furar um sinal irresponsavelmente, colocando em risco a vida de pessoas, é indiscutivelmente algo reprovável, e não é o salário baixo que leva alguém a fazer isso. É uma questão de caráter. E a mesma falta de caráter que faz alguém cometer delitos simples é a que o leva a cometer outros ainda piores.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
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