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domingo, 2 de setembro de 2007

Nós, Macacos

Resumo: Mencken costumava dizer que a democracia é a arte e a ciência de administrar um circo a partir da jaula dos macacos. Mencken não viveu pra ver os macacos petistas no poder. Esses macacos safados tomaram a chave do cárcere e agora administram o circo diretamente do picadeiro. No “Circo Brasil” quem habita a jaula dos macacos são os críticos aos imcomPTentes dos administradores.

Vou contar uma história sobre um país onde a sociedade atingiu um nível tão avançado de intelectualidade que a mesma entende que discussões como a corrupção parlamentar, políticas públicas unicamente compensatórias, a implementação de leis que restringem as liberdades individuais e o envolvimentos de membros do mais alto escalão do governo (e até mesmo do presidente) com exércitos revolucionários-narcotraficantes-bolivarianos são identificadas como "perca de tempo". As pessoas nesse país são pessoas muito sabidas mesmo. É "perca de tempo" discutir essas coisas, quem tem o poder de fazer as coisas são os parlamentares, oras, não o povo.

Eu ia continuar expondo o tal país dessa forma. Mas essa piada já não tem mais graça. Até seres estúpidos como universitários maconheiros são capazes de antecipar o "grandioso final" de um texto desse tipo, onde revelaria que o "misteriosíssimo" país é o Brasil. Não faço a menor idéia do por quê, mas por alguns momentos achei que ao utilizar dessa estratégia boba eu estaria sendo engraçado. Mas pensei melhor e resolvi parar com essa porra. Agora eu não sei se o pior é constatar que o meu senso de humor está completamente podre por achar essa bobagem seria engraçada, ou se o pior é eu achar que deveria tentar ser cômico ao tratar desse assunto, que me irrita profundamente.

Mas a verdadeira e assustadora constatação diverge das proposições acima expostas. Cá está ela: o pior mesmo é constatar que ser crítico alinhado a direita nos últimos anos no Brasil é isso aí, fazer graça, divertir, macaquear. Mencken costumava dizer que a democracia é a arte e a ciência de administrar um circo a partir da jaula dos macacos. Mencken não viveu pra ver os macacos petistas no poder. Esses macacos safados tomaram a chave do cárcere e agora administram o circo diretamente do picadeiro. No “Circo Brasil” quem habita a jaula dos macacos são os críticos aos imcomPTentes dos administradores.

Macacos! Macacos!! Macacos!!!

Nós daqui da jaula *hic hic* competimos para ver quem diverte mais o público atirando bosta na oposição. Competimos pra ver quem é o melhor macaquinho. Orgulho-me de dizer que no geral, nós macaquinhos da direita somos *huh-grah* os melhores dentre todos os macaquinhos! Reinaldo de Azevedo e Diogo Mainardi estão aí provando isso, são tão bons em macaquear, que os imcomPTentes dos administradores por mais que tentem mantê-los na jaula, não conseguem. O público *hic hic* clama por suas macacadas! Olavo de Carvalho é outro macaquinho proeminente, fugiu da jaula e do circo, mas continua nas redondezas. Olavo berra alto! Joga bosta tão bem que é capaz de acertar um petista bem no meio dos olhos, e isso tudo de fora para dentro do circo. É impossível *huh-grah* não notá-lo!

Permitam-me então ampliar essa exposição kafkiana.

É como em “Grandes Símios” de Will Self. Um dia acordei e descobri que eu e todos os meus heróis éramos na verdade um bando de *hic* macacos (“SÍMIOS!”). E aos poucos as coisas foram piorando, fui percebendo a extensão dessa impossibilidade. Descobri que o circo inteiro sempre tinha sido gerenciado e financiado por *func func* primatas. Assim como na obra de Self, nessa realidade alternativa os verdadeiros humanos são tidos como seres inferiores e primitivos. Simon Dykes, o protagonista, por estar convencido de que ainda era um ser humano, bradava aos quatro ventos que ainda o era. O *hic hic* resultado? Foi internado em um hospital psiquiátrico. Ora, que coisas interessantes acontecem na ficção. Interessantíssimas! Huh grah!

Voltemos agora à realidade. Mas tenham muito cuidado ao atravessarem a porta deste mundo que assim chamam de real. Vamos ler uma notícia de 4 dias atrás? “China e Rússia voltam a internar ativistas em manicômios”. Que tal uma outra de 1 mês atrás? “Autoridades russas internam jornalista a força”. Creio que houve algum engano, leitores. Parece que ao voltar pegamos a porta errada. Onde fica mesmo a que nos leva de volta para essa tal realidade? Sinto-me em um labirinto kafkiano.

Tenham cuidado ao defenderem suas humanidades. Os macacos estão de olho.

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