Quem presidirá a Empresa Brasil de Comunicação, empresa que administrará a rede pública comunicação, é Tereza Cruvinel, principal colunista do jornal O Globo e comentarista de política da Globo News. Ela foi convidada por Lula para o cargo após três outras personalidades, que não atuam no ramo do jornalismo, recusarem a proposta de presidir a EBC: o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o cientista Enio Candotti e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sepúlveda Pertence. Lembrando que Belluzzo já aceitou o cargo de membro do Conselho Curador.
Em 1981, Tereza Cruvinel se forma em jornalismo pela Unb. Depois de já ter trabalhado em alguns jornais alternativos da militância esquerdista quando ainda era estudante, Cruvinel, depois de formada, entra para o Jornal de Brasília. Depois passa pelo Correio Brasiliense, pelo Jornal do Brasil, e por último, por O Globo, onde em 1986, começa a escrever na coluna “Panorama Político”, coluna de bastante importância em seu jornal. Torna-se depois comentarista política da Globo News e por uma época chega a participar periodicamente do Programa do Jô, da Rede Globo .
A escolha de Cruvinel para presidência causou polêmica. E o mais engraçado é que ela recebeu as mais diversas críticas das mais diversas fontes. Desde entidades esquerdistas da área de comunicação como Intervozes e Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação até representantes da imprensa, digamos, conservadora.
Celso Schröder, coordenador do FNDC, por exemplo, meio ressentido, diz que foi lamentável a escolha de Tereza Cruvinel, "não pelo nome em si e apesar de seu possível alinhamento político com as Organizações Globo, mas em função da origem da proposta, centralizada e vertical... é ruim a escolha de profissionais da grande mídia, não por motivos ideológicos, mas pelos vícios(?) que trazem. A escolha deveria contar com outros critérios, não só a notoriedade".
Já João Brant, coordenador da Intervozes, afirma, mais ponderado que seu companheiro, que "não é possível de antemão dizer o que será a gestão de Tereza Cruvinel à frente da empresa, mas dá para dizer o que essa escolha simboliza. O governo demonstra não ter a menor intenção de que a TV pública rompa com um modelo consolidado pela mídia comercial, e busca referências num modelo de jornalismo que é muito diferente do que acreditávamos que poderia ser adotado".
Na contramão do que diz os representantes das entidades esquerdo-petistas de comunicação, alguns afirmam que a escolha de Tereza Cruvinel não é nenhuma surpresa. Ela já trabalhava informalmente para o PT, prestando-lhes serviços de desinformação em sua coluna n’O Globo. Cruvinel sempre foi uma entusiasta do Governo Lula, sempre desmentiu a existência do mensalão e sempre prestou favores aos amigos petistas, como fez, por exemplo, ao receber Lula para um jantar com jornalistas em sua casa, em 2004, a pedido de Ricardo Kotscho, então secretário de comunicação do Governo.
No final da década de 70, antes de se graduar em jornalismo, quando trotskista, Tereza Cruvinel era militante em movimentos que se opunham ao regime militar. Mais tarde passou a fazer parte de um movimento chamado “Convergência Socialista”, facção radical do PT, que foi banida do partido quando Cruvinel já tinha saído, e que deu origem ao quixotesco PSTU.
Na presidência da EBC, Tereza Cruvinel terá a missão de coordenar e montar, juntamente com Franklin Martins, a diretoria da empresa.
Apesar de poucos aprovarem a escolha de Tereza Cruvinel para a presidência da EBC, ela permanecerá no posto. Porque Lula quer. Porque é assim que se faz uma TV pública “plural, democrática e independente”.
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