"Ah, os nossos libertários! Bem os conheço, bem os conheço. Querem a própria liberdade! A dos outros, não. Que se dane a liberdade alheia. Berram contra todos os regimes de força, mas cada qual tem no bolso a sua ditadura".
Nelson Rodrigues
"Ah, esses democratizadores. Se bem os conheço, não passam de castristas. Lutam por uma democracia, mas uma democracia só para si". Tentei imitar Nelson Rodrigues. E como sempre, fiz muito mal feito. Esse é o parágrafo final do texto "Democratizadores de araque" (clique aqui), no qual critiquei a hipocrisia daqueles que se consideram "democratizadores da comunicação", mas que nada fazem para de fato democratizar alguma coisa, a não ser por campanhas inócuas e infantis, como a de "fechem a Globo!", "fechem a Mirante!", sem nada fazer para contrapor, de fato, esses meios de comunicação. O exemplo que utilizei para ilustrar o caso foi o do jornalista Celso Serrão, coordenador do “Comitê Maranhense pela Democratização da Comunicação”.
Sentindo-se impelido a responder a minha crítica à imcompetência e à inoperância de seu grupo, Serrão me escreve o seguinte em seu blog: "Primeiro dizer que seria muito bom que a bandeira que levantamos fosse uma unanimidade na mente e nos coração de milhares de pessoas, mas infelizmente ela não é, pelo contrário, é até alvo de infidáveis críticas vazias de nossa elitezinha mais conservadora, dos nossos menininhos recém-formados naqueles colégios de beira de praia... Depois dizer que, enquanto não temos essa democratização, não vale a pena ficar gastando o pouco tempo que tenho quando não trabalho, estudo ou estou na net, rebatendo críticas pelo fato de ter um blog e de ele nada acrescentar ao movimento que tanto defendo...".
O mocinho recém-formado então resolveu rebater minhas acusações confirmando-as. Muito inteligente. Eu falo que ele é um castrista. Ele diz que queria que sua bandeira fosse unanimidade na mente das pessoas. Eu falo que ele não faz nada pela democratização. Ele diz que enquanto a democratização não acontece, não adianta fazer nada.
Daí nós percebemos de qual "democracia" ele fala. Enquanto nós aqui do Nhoque Nhoque lutamos pela diversidade de idéias, eles querem a imposição de idéias. Não sou eu que estou falando. Ele mesmo disse isso. Vou repetir: "...seria muito bom que a bandeira que levantamos fosse uma unanimidade na mente e nos coração de milhares de pessoas, mas infelizmente ela não é...".
Um verdadeiro democrata diria: "queria que minhas idéias fossem unanimidade, mas felizmente elas não são". É assim que se faz Democracia, sr. Celso, entendeu? Ou vou ter que desenhar?
O sr. Celso foi coordenador da Enecos, a filha bastarda da ditadura, na gestão passada. É pela mesma democratização pregada pela entidade que supostamente luta Celso Serrão. É por essa democracia que lutam os futuros profissionais da Comunicação? Por uma democracia em que só eles tenham voz? Por uma democracia de pensamento único?
Temo o que esses fidelzinhos fazem no poder. Temo esses menininhos recém-formados. Temo esses democratizadores de araque.
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